Quando estudamos a classificação internacional das cefaleias encontramos um grupo de dores de cabeça idiopáticas chamadas de Cefaleias trigeminais autonômicas
Dentre essas, um destaque especial deve ser feito para  a cefaleia em salvas também conhecida como cluster headache.

Neste tipo de dor de cabeça existe um predomínio maior nos homens em relação às mulheres. Estima-se que essa relação seja de 4 para 1.

 

O que quer dizer cefaleia em salvas?

 

O termo “salva” é utilizado basicamente no meio militar e significa: “sequência de tiros com um objetivo determinado”. Desta forma, por analogia, é utilizado para nomear a característica principal desse tipo de paciente, que pode até oito crises no dia (“salva de crises”) com uma duração de 15 a 180 minutos.

O paciente pode passar semanas tendo essas crises, até que um período de remissão de meses a anos venha a instalar-se. Durante o período de remissão os pacientes ficam assintomáticos.

Apesar de ser considerada como uma das “side locked headache“, ou seja, cefaleia que aparece sempre do mesmo lado, em alguns casos podem apresentar crises no lado oposto também, mas são sempre unilaterais.

 

Principais características da cluster headache

 

Esse tipo de cefaleia é caracterizado por dores insuportáveis, normalmente localizadas na região temporal, orbital e supraorbital. Alguns pacientes a descreveram como uma cefaleia que da vontade de suicidar-se devido à intensidade das dores. Essas dores de cabeça assustam muito os pacientes que podem pensar na possibilidade de um tumor ou alguma patologia orgânica cerebral.

É nosso papel, uma vez que o diagnóstico tenha sido estabelecido, iniciar o processo de educação em dor alertando que embora as dores sejam de forte intensidade e consequentemente atrapalhem a vida das pessoas não as levará a morte. Muitas vezes essas dores despertam o paciente de madrugada como se houvesse uma hora marcada para isso Alguns autores consideram que isso vem do relógio biológico chamado hipotálamo.

Além das dores, os pacientes apresentam uma gama de fenômenos autonômicos que incluem: congestão nasal, rinorreia (saída de líquido pelo nariz), lacrimejamento, miose, ptose palpebral, irritação da conjuntiva, sudorese, vermelhidão na face (flushing  facial). Esses fenômenos autonômicos são atribuídos ao hipotálamo.

A região do hipotálamo posterior desempenha um papel fundamental nos mecanismos de produção desse tipo de cefaleia e pode ser justificado face as conexões hipotálamo-trigeminais. Alguns neuropeptídeos são liberados pelo hipotálamo (Orexina A e B) e podem ter efeito pro nociceptivo. Apesar do diagnóstico baseado nos critérios da IHS (International Headache Society) serem muito claros, alguns pacientes podem levar ate 7 anos para que sejam corretamente diagnosticados.

 

Diagnóstico e tratamento medicamentoso

 

Para um diagnostico correto é necessário que sejam excluídos outros tipos de cefaleias trigeminais autonômicas tais como  hemicrania paroxística, hemicrania contínua ou SUNCT (CEFALEIA NEURALGIFORME UNILATERAL DE CURTA DURAÇÃO com hiperemia conjuntival e lacrimal) por exemplo.

Na parte medicamentosa o tratamento deve incluir inicialmente o uso de oxigênio, pode-se também associar os triptofanos e o sumatriptan subcutâneo. Existe um grupo que não tolera o sumatriptan subcutâneo, no qual deve-se usar a forma intranasal. Outras alternativas incluem a lidocaína intranasal e a ergotamina. Para os pacientes com cefaleia em salvas do tipo crônico a literatura médica dá suporte para o verapamil. Outros tratamentos incluem bloqueios do gânglio esfenopalatino e neuroestimulação.

Você tem sintomas parecidos? Conhece alguém que sofre de cefaleia? Fale com um dos nossos especialistas!

Dr. Palmiro Torrieri – Equipe HEAD & NECK FISIOTERAPIA

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