A dor de cabeça é uma das entidades patológicas mais debilitante que existe no mundo da medicina. Há vários tipos de acordo com a Classificação Internacional de dor de cabeça, porém elas estão classificadas em dois grandes grupos: primária e secundária.
A dor de cabeça na atividade sexual está inserida no grupo das primárias, significa que ela é a própria causa do problema. Entretanto, quando da ocorrência pela primeira vez, é mandatório diagnóstico diferencial por imagem de uma causa secundária. Isto inclui hemorragia subaracnóidea, hemorragia intracerebral, hematoma subdural, aneurisma, dissecação da artéria vertebral ou carótida, trombose do sinus venoso cerebral, neoplasma, aumento da pressão intracraniana, e doença significante da coluna cervical.
A dor de cabeça é frequentemente localizada na área occiptal e bilateral, parte alta do pescoço ou espalhada como difusa, disparada pela atividade sexual. Ela começa de forma suave no inicio, porém conforme aumenta a excitação sexual, ela converte para o seu formato mais intenso no momento da ocorrência do orgasmo. Sua duração pode durar de minutos a horas conforme a atividade sexual aumenta. Em algumas situações, o stress ou a fadiga pode precipitar a recorrência da dor de cabeça. Poucos pacientes relatam que sentem náusea, fonofobia, fotofobia, ou tonteira.
Assume-se entre a população em geral que a dor de cabeça está atribuída a atividade sexual mais em mulheres. Os dados, entretanto, mostram que de fato está de 3-4 vezes mais em homens. O inicio parece ter 2 picos que ocorrem no inicio dos 20 anos e novamente por volta da idade de 40 anos.
A causa desse tipo de dor de cabeça ainda permanece questionável e sem certeza definitiva. Enquanto não existe ainda evidência para uma provável causa genética e com características vasculares, foi visto em membros femininos da mesma família terem a dor de cabeça de orgasmo e, também , com características vasculares.
Outro fato interessante é a associação da dor de cabeça relacionada a atividade sexual com dores de cabeça vistas no dia a dia em consultórios, que são do tipo enxaqueca e a dor de cabeça tensional.
Os estudos mostram indefinido com relação a essa associação, porém em algumas publicações havia uma provável conexão entre enxaqueca (19-30%), dor de cabeça tensional (27%), dor de cabeça em Salva ou Cluster (2%) e dor de cabeça por esforço (29-40%). Dessa forma, a dor de cabeça na atividade sexual e a dor de cabeça por esforço apresentam o inicio repentino durante a atividade sexual o que poderia mascarar uma ou outra porque as duas levam ao esforço. Por outro lado, a dor de cabeça na atividade sexual e a enxaqueca podem ter uma base genética, assim o tratamento inicial seria a terapia beta bloqueadora como profilaxia.
O tratamento, o seu aspecto mais importante, é tranquilizar o paciente e a(o) companheira (o) que uma provável patologia mais séria já foi excluída após uma investigação inicial apropriada.
Deve-se explicar aos dois que a doença tem sua natureza normalmente benigna e auto-limitante. Em algumas situações são passadas informações para que a atividade sexual e o esforço sejam diminuídos ou evitados até que seja realizado o tratamento adequado.
Pela literatura o tratamento é medicamentoso de forma profilática, porém levando-se em consideração que há pouca pesquisa e que existem sintomas que envolvem a região do pescoço, a fisioterapia com técnicas para a cervical poderia ajudar esse perfil de pacientes.