A proposta deste artigo é mostrar a relação existente da dor de cabeça na gravidez, os possíveis tratamentos e o consequente efeito dos medicamentos para cefaleia na criança durante a gestação e amamentação. Saiba também sobre as  complicações relacionadas à dor de cabeça e diagnóstico de dor de cabeça na gravidez.

O primeiro objetivo é determinar se a dor de cabeça é primária ou secundária.  Sendo mais rigoroso, é a principal preocupação com a mulher grávida sofrendo deste sintoma.  Três cenários são possíveis:

  1. Ela sofre de dor de cabeça primária e agora ela apresenta com a sua dor de cabeça de sempre;
  2. Ela não sofre de dor de cabeça primária e agora apresenta-se com primeira dor de cabeça severa durante a gravidez;
  3. Ela sofre de dor de cabeça primária, porém agora a dor é diferente na qualidade, intensidade e nos sintomas associados.

Nos cenários 2 e 3 , a dor de cabeça precisa ser considerada como um sintoma de uma doença preexistente até que seja realizado uma avaliação de diagnóstico diferencial.

A razão desta condição é que a dor de cabeça secundária pode ser um sintoma de condição de risco de vida. Dessa forma, as dores de cabeça secundárias mais comum são hemorragia subaracnoidea, tumor hipofisário, eclampsia, pré-eclâmpsia, hipertensão e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível.

A enxaqueca, sendo primária,  é um fator de risco para complicações na gravidez, eventos particularmente vasculares. Os dados referentes a outras condições primárias de dor de cabeça ainda são escassos.  Portanto o diagnóstico precoce da doença manifestada pela dor de cabeça é importante para a vida da mãe e do feto.  É especialmente importante identificar “bandeira vermelha dos sintomas ”, sugerindo que a dor de cabeça é um sintoma de uma doença grave.

Para excluir uma dor de cabeça secundária estudos adicionais podem ser necessários: eletroencefalografia, ultrassom dos vasos da cabeça e pescoço, ressonância magnética do cérebro e angiografia por RM com oftalmoscopia de contraste e punção lombar.

Importante: Durante a gravidez, a exposição descuidada de agentes teratogênicos podem levar a malformações fetais irreversíveis. É importante os pacientes conhecerem quais são esses medicamentos e serem orientados para não fazerem uso durante o período de gravidez. Alguns exemplos de agentes teratogênicos:

  • medicamentos: talidomida, misoprostol, ácido retinóico, entre outros;
  • doenças maternas: diabetes, epilepsia, hipotireoidismo, etc;
  • infecções congênitas:  sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, etc;
  • radioterapia;
  • substância química: mercúrio, chumbo, etc;
  •  outras drogas: álcool, fumo, cocaína, etc;

 

Dor de cabeça na gravidez X medicamentos

 

Durante a gravidez e amamentação, a estratégia terapêutica preferida para o tratamento de dores de cabeça primárias deve sempre ser não farmacológica.

O tratamento não deve ser adiado, pois uma dor de cabeça mal administrada pode levar ao estresse, privação do sono, depressão e baixa ingestão nutricional que, por sua vez, pode ter consequências negativas para a mãe e o bebê.

Portanto, se as intervenções não farmacológicas parecerem inadequadas, deve-se fazer uma escolha bem considerada em relação à uso de medicamentos, levando em consideração todos os benefícios e possíveis riscos.

A regra básica deverá ter como objetivo a dosagem efetiva mais baixa e a duração de tratamento mais curto.

A medicamentação é considerada segura durante a amamentação  se a dosagem relativa do recém nato for < 10%. O risco de eventos adversos pode ser minimizado tomando medicamentos diretamente depois da amamentação e descartando todo leite no mínimo 4 horas após a ingestão do medicamento.

Dentre os medicamentos, o Paracetamol na gravidez é seguro e o Ibuprofeno pode ser prescrito por um período muito curto no primeiro e segundo trimestre.

No período de pós parto, a frequência de dor de cabeça aumenta, a maioria dependendo do retorno da enxaqueca, porém também , como resultado da anestesia epidural. A dor de cabeça que surge após anestesia epidural é bastante típica. Ela é causada pela diminuição da pressão do liquido cefálico raquidiano, e ocorre de forma imprevisível de 1 a 7 dias após a punção e tem a característica posicional.

Assim ,observa-se que a gravidez e amamentação sem dor de cabeça segue seu percurso normal, caso contrário se tiver algum sintoma deverá ser dado o diagnóstico precoce para evitar maiores transtornos para a gestante e bebê, principalmente se a dor de cabeça for de origem secundária na gravidez e tenha que ser feito uso de medicamento na dor de cabeça primária.

Edelberto Marques – EQUIPE HEAD & NECK FISIOTERAPIA

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