Afinal de contas…….Dor de Cabeça Pode Ser Tratada Com Fisioterapia?
Você sabia que aproximadamente 46% da população global possuem algum tipo de dor de cabeça e que essa doença é uma das maiores condições debilitantes que existem? Imagine quantos dias perdidos de trabalho, escola, eventos sociais uma pessoa que sofre de dor de cabeça já precisou perder até hoje?
Se você que está lendo esse texto tem dores de cabeça constantes ou conhece alguém com esse quadro, sabe muito do que eu estou falando! Certo?
Dores de cabeça após um excesso na bebida alcóolica, após um dia de estresse no trabalho ou após um evento emocional de grande intensidade são situações que praticamente todos nós já passamos, porém em algumas pessoas determinadas situações (como essas descritas acima) podem ser apenas um gatilho para desencadear crises de dor com duração de dias e elevada intensidade.
A facilidade em buscar informações na internet através dos auto-relato dos sintomas fez e ainda faz com que muitas pessoas cheguem a um “diagnóstico” sem nem mesmo ter ido a um especialista. Outro caso comum, é o paciente que procura um médico “não especializado” em dor de cabeça (muitas vezes o único disponível para ele naquele momento) e por isso, acaba recebendo um diagnóstico muitas vezes errado e consequentemente um tratamento ineficaz, restando apenas ficar na “torcida” para que o tratamento seja eficaz.
As principais evidências clínicas e científicas indicam e defendem que o melhor tratamento para a dor de cabeça deve ser multimodal, o que inclui o tratamento farmacológico adequado, quando necessário, além de intervenções não-farmacológicas onde a Fisioterapia vem adquirindo cada vez mais espaço.
Austrália, Itália, Espanha, Inglaterra são alguns dos países onde grupos de cientistas fisioterapeutas vêm estudando ao longo das últimas décadas para buscar explicações (evidências científicas) relevantes que possam corroboram a nossa atuação no paciente com cefaleia.
Cada vez mais é pesquisado a importância que a cervical e mais precisamente a presença da dor cervical pode ser determinante para a eficácia do tratamento fisioterapêutico. A dor cervical é um gatilho (disparo) para a dor de cabeça ou é apenas uma consequência?
Hoje a Fisioterapia dispõe de ferramentas e testes de avaliação que nos dão alta confiabilidade para detectarmos a presença de uma disfunção cervical musculoesquelética, por exemplo. Os principais artigos científicos vêm demonstrando que a grande maioria dos pacientes que possuem enxaqueca ou cefaleia do tipo tensional (os dois tipos mais prevalentes de dor de cabeça) apresentam determinadas disfunções cervicais. Em um artigo recente publicado por um dos maiores nomes da área detectou que 93% dos pacientes com enxaqueca apresentaram pelo menos três diferentes disfunções cervicais.
Em um atendimento especializado, como o serviço oferecido pelo Head & Neck Fisioterapia, temos a possibilidade de realizar uma avaliação detalhada e específica para cada paciente. Desde o primeiro contato telefônico/mensagem a avaliação inicia-se. As palavras usadas pelo paciente, a urgência em marcar a consulta, o tom/volume da voz já podem nos garantir muitas informações pertinentes.
Ao chegar no consultório iremos ouvir atentamente toda a sua história desde a primeira lembrança que teve de uma dor de cabeça. Ao contrário do que você possa imaginar, a avaliação nunca terminará no primeiro dia, ela é diária – quer dizer, todo dia quando o paciente retornar iremos buscar corroborar informações prévias e buscar informações novas.
As principais informações que iremos buscar é identificar um padrão da dor, e os itens fundamentais são: frequência, intensidade, duração, localização e tipo de dor. Poderíamos dizer que esses são os cinco itens de maior relevância no início da avaliação.
Após a “entrevista” que chamamos de avaliação subjetiva, é a hora de “colocar a mão no paciente” e de forma geral: a avaliação física não deve ser apenas uma aplicação de procedimentos técnicos, em série, de forma indiscriminada e sistemática. Precisa ser um procedimento organizado, lógico, sequencial e baseado sempre na hipótese diagnóstica que foi gerada durante a avaliação subjetiva. Quer dizer, nem todos os itens dispostos na ficha de avaliação precisarão ser perguntados/respondidos pelo paciente.
O grande desafio do terapeuta em uma avaliação física (objetiva) de um paciente com dor de cabeça é buscar a REPRODUÇÃO da dor exata do paciente. O que o fisioterapeuta mais quer ouvir após pressionar alguma estrutura ou realizar algum teste muscular/articular é: “essa é exatamente a dor que eu sinto! ”.
A avaliação servirá como base para que um tratamento personalizado possa ser realizado com o paciente.
Um plano de tratamento fisioterapêutico inclui principalmente: a terapia manual que são utilizadas para alivio de dor e da rigidez muscular e articular, aumentar a mobilidade da cabeça e do pescoço, diminuir a tensão e os espasmos musculares e melhorar o desempenho muscular; os exercícios que de forma geral também ajudam para reduzir a dor, aumentam a resistência, fortalecem e melhoram o controle motor dos músculos. Os exercícios caseiros personalizados são uma parte essencial do plano de tratamento. Estratégias de educação em dor são consideradas úteis para diminuir a gravidade e/ou a frequência das dores de cabeça. Essas estratégias incluem a identificação de gatilhos altamente individualizados (ou seja, hábitos alimentares, sono, movimentos posturais, estressores, hidratação). Estratégias eficazes para aliviar os sintomas também incluem uma ampla variedade de técnicas de relaxamento, como por exemplo exercícios diafragmáticos.
E aí, o que achou? Você sabia que a Fisioterapia poderia ajudar tanto um paciente com dor de cabeça?
VINICIUS MARTINS – EQUIPE HEAD & NECK FISIOTERAPIA