A dor de cabeça é uma das principais causas de incapacidade no mundo, anualmente cerca de 90% das pessoas tiveram algum episódio de dor de cabeça sendo que dessas, de 14 a 20% têm a cervical como origem.

 

Cervical x Cefaleia

 

O comprometimento cervical que está associado à cefaleia, e por tratar-se de um distúrbio músculo esquelético, pode então incluir: déficit de controle motor, presença de pontos gatilhos miofasciais, hipomobilidade articular, discopatias, estenoses do canal vertebral entre outras possibilidades.

Estima-se que bilhões de dólares são consumidos anualmente em busca de diagnósticos de dor de cabeça, que em muitos casos são feitos por meios inadequados. Por exemplo, em um estudo realizado no Reino Unido com médicos e pacientes consultados na atenção primária identificou-se que 93% dos diagnósticos dados foram de enxaquecas, quer dizer: o diagnóstico da doença dependerá de onde o paciente consultou-se? Já que nenhuma literatura é capaz de comprovar estatística similar a essa encontrada no grupo analisado.

 

Qual o tipo de cefaleia?

 

Diagnósticos incorretos de enxaqueca (como no caso citado do artigo) acabam proporcionando gastos ainda maiores para a sociedade devido a provável ineficácia do tratamento – por exemplo, absenteísmo dos trabalhadores com dores contínuas. Desta forma, um diagnóstico mais preciso é de fundamental importância.

No caso de um comprometimento cervical, o exame físico da região torna-se muito confiável para a identificação de uma cefaleia de origem musculoesquelética. A combinação de três testes já poderia ser suficiente para diferenciar uma cefaleia de origem cervical de outras condições clínicas, são eles:

  • Teste de flexão-rotação: com o paciente deitado, o terapeuta posiciona-se atrás de sua cabeça e realizada os seguintes movimentos: máxima flexão do pescoço seguida de rotação máxima bilateralmente, resposta será dor ou limitação da ADM para o lado com disfunção;

 

  • Palpação da cervical: mobilizações em AP dos processos espinhosos, facetas e pilar articular, principalmente da cervical alta (C1-C3);

 

  • Controle Motor: com o paciente deitado, e com o auxilio do stabilizer (parecido com um aparelho de pressão) localizado na região da cervical, insuflamos o dispositivo até 20 mmHg e pedimos para que o paciente realize uma flexão da cervical até que seja atingido 30 mmHg e que a mesma pressão possa ser mantido por 1 minuto.

 

Através do exame subjetivo (anamnese) somado ao exame objetivo (exame físico) conseguimos identificar os fatores musculoesqueléticos na patogênese da cefaleia. Desta forma, tornando o fisioterapeuta indispensável para auxiliar na resolução do quadro álgico, que acometem milhões de pessoas, com muitos anos de incapacidades.

Principais condutas fisioterapêuticas para o tratamento da cefaleia

 

As intervenções fisioterapêuticas, seguem abordagens multimodais, utilizando diferentes abordagens complementares.

Terapia manual que pode consistir em mobilizações e manipulações, possibilitando um restabelecimento artrocinemático (quer dizer, movimento das articulações), proporcionando efeitos neuromoduladores para alívio da dor.

Técnicas de pontos gatilhos para tecidos moles, promovendo o relaxamento de músculos crânios cervicais, que também ocorre por meio da neuromodulação dos receptores mecânicos presentes nas fáscias.

Controle motor: necessário para um melhor padrão de movimento, principalmente da cervical alta, diminuindo a sobrecarga biomecânica, assim reduzindo as atividades dos tecidos moles e nervos adjacentes.

Modelos baseados no biopsicossocial também vêm sendo estudado no combate das cefaleias, pois sabemos que estresse, ansiedade, depressão, insatisfação com a atividade laboral, problemas com relacionamentos podem favorecer a sensibilização central, deixando as pessoas mais “sensíveis”, favorecendo desta forma a cronificação das dores. Para esse tipo de quadro, a inclusão de exercícios aeróbios (caminhadas, bicicleta ergométrica) é fundamental para auxiliar na redução do quadro álgico.

Ficou com alguma dúvida sobre o papel do Fisioterapeuta para o tratamento das dores de cabeça?

Envie uma mensagem para a gente! Inicie já o seu tratamento!

 

Dr. Marcio Quirino – Equipe Head & Neck Fisioterapia.