Dor de cabeça é um sintoma comum na população, afetando principalmente mulheres em idades produtivas, com uma grande variedade de causas, senda de origem mecânica a  mais comum,  secundariamente a disfunção músculo esquelética no pescoço. A fisioterapia vem crescendo no tratamento dessa patologia, pois apresenta uma grande variedade de estratégias, que ajudam a corrigir essas disfunções, advindas da coluna cervical, dentre elas, o MDT que possui uma excelente forma de avaliação e tratamento. Hoje vamos falar sobre o tratamento da cefaleia através dos movimentos repetidos.

 

Localização da dor de cabeça

 

  • Dor nas regiões occipital, parietal, temporal, frontal e ocular;
  • A grande maioria origina de disfunções dos segmentos cervicais altos.

 

Uma avaliação mecânica é importante para determinar, quais pacientes irão se beneficiar de um tratamento mecânico e aqueles que serão direcionados para outros profissionais, como por exemplo, nos casos de RED FLAGS (Bandeiras vermelhas).

Com uma anamnese e avaliação física completa conseguiremos um diagnóstico preciso e com poderemos propor um tratamento assertivo para o paciente.

O método Mckenzie é um protocolo de avaliação e tratamento confiável, para classificar pacientes em subgrupos mecânicos. A combinação da orientação postural e aplicação de exercícios específicos permite ao próprio paciente tratar a sua condição, aumentando sua satisfação com o tratamento e a relação custo-benefício.

 

Biomecânica da coluna cervical no plano sagital:

 

  • Na retração: fazemos o máximo de flexão de cervical superior e extensão cervical média e inferior, aumento da lordose cervical.

 

  • Protração: Extensão máxima de cervical superior e flexão da cervical média e inferior, diminuição da lordose (retificação).

 

  • Protração + extensão, fazemos mais 29% de extensão em C1-C2, quando comparamos com neutro.

 

  • Retração + extensão, aumentamos 53% mais extensão de C6-C7 comparado com extensão em neutro.

 

São divididos em 3 grupos:

 

Síndrome do desarranjo:

 

Envolve obstrução mecânica ao movimento dentro da articulação. O paciente apresentará com amplitude de movimento reduzido, deformidades , desvios no movimento e os movimento repetidos irão produzir ou abolir, aumenta ou diminui , periferiliza ou centraliza a dor, mas também pode interferir aumentando ou reduzindo os movimentos . Mudanças rápidas na dor acontecem em 50 até 70% dos casos e a dor pode mover de um local mais distal para proximal da coluna, à medida que acontece os movimentos repetidos, fenômeno chamado de Centralização.

As dores de cabeça de origem cervicogênica, advindas de um desarranjo podem apresentar as mais diversas apresentações e ter respostas diferentes quando comparadas com outras áreas do corpo, devido à anatomia única da cervical alta.

 

Apresentação clinica mais comum:

 

Padrão cervical alta:  não pode ter dor no pescoço, escápulas, MMSS. Dor só na cabeça, occipital ou cervical alta. Extensão livre e sem dor, se o teste de flexão rotação der positivo, podemos começar com movimentos de rotação.

Padrão cervical média e baixa: A dor de cabeça dá-se por somatização, teste de Flexão Rotação normal e extensão cervical limitada.

 

Síndrome da disfunção:

 

A dor é causada por aplicação de carga mecânica ao tecido mole com limitação estrutural. Assim que a carga é retirada a dor cessa. As forças mais comuns são flexão de cervical alta e rotação.

 

Síndrome Postural:

 

a dor é causada por sobrecarga prolongada de tecidos em amplitude final de movimento. O alívio completo da dor será quando a amplitude final é interrompida. A maioria das pessoas fala que ao sentar muito tempo no trabalho ou dirigindo, a dor aumenta. Normalmente o paciente relata que a dor  é advinda do trabalho excessivo ou fatores psicossocial (estresse, ansiedade etc).

A grande maioria dos pacientes que apresentam dor de cabeça de origem mecânica cervicogênica se beneficia desse método, caso não tenha nenhum benefício, progressões de carga devem ser realizadas como manipulações e mobilizações. Apenas fisioterapeutas com expertise no assunto, devem realizar esses procedimentos. O fisioterapeuta deve ser treinado para identificar situações graves, as chamadas RED FLAGS, e indicar outros profissionais para continuar as investigações, afim de indicar o melhor procedimento.

 

Marcio Quirino – Equipe HEAD & NECK Fisioterapia

 

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